O menino e a menina tinham estado em casa tempo demais porque lá fora tinha chovido sem parar. Foi então que apareceu o arco-íris e a chuva quase parou de cair. Já não era quase chuva, só umas pingas do céu. O arco-íris veio para ficar e deu tempo a sair à rua para poderem vê-lo. O menino depressa se cansou de olhar para o céu e viu uma enorme lagarta verde. Rápido, com o seu poder de mexer em lagartas ergueu-a no ar dizendo olha, toma! A menina olhou e gritou (ou será que gritou e olhou?); o que importa é que ficou o grito a dar três voltas no espaço e os cabelos da menina em pé, pelo susto. A menina tinha uma saia aos corações e falava de amor, mas não gostava de lagartas verdes - e das grandes - perto de si. O menino largou o bicho que caiu mole e ficou no seu enrola- desenrola, até cansar. A menina perguntou e agora com’é qu’ eu passo? Mas o menino fez que nem ouviu, tal como ela às vezes também lhe fazia. Seguiu ligeiro para a frente à procura de mais coisas para pegar e largar. A menina deu um salto enorme por cima da lagarta que agora no chão já nem parecia tão grande como isso. Entretanto vinha o sol a aparecer e reflectia-se nas poças de água que a chuva tinha feito. Pensou: as nuvens caíram em chuva e ficaram poças. A lagarta prosseguiu o seu caminho sempre verde. Mas que mal lhe tinha corrido o dia hoje... que grande susto lhe pregara o miúdo. Tinha a sorte de não ter ouvidos para os gritos da menina. Senão, podia até morrer do coração.
Etiquetas: conto infantil
3 Comments:
Conto delicioso!!
Bom dia às crianças! E à criança que ainda há em ti!
Beijos.
E esqueci-me de falar do desenho: perfeito!
Bom fim de semana.
ai que lindo fofo e delicado conto.
Beijinhos a todos os meninos e meninas do palácio encantado: :)
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